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18 de dez. de 2014

Podemos comparar Pornografia com as drogas?

Por Thiago Azevedo

Antes de qualquer explicação, a resposta desta pergunta tema é: Sim. Isso mesmo, é sim! Talvez os especialistas na área em questão me questionem pelo fato de não haver nenhum princípio químico na pornografia que gere dependência. Mas, mesmo não encontrando o princípio químico, as semelhanças práticas entre uma coisa e outra são mais que reais. As duas se tratam de fenômenos sociais que tanto tem vitimado pessoas. Ambos destroem vidas, ambos destroem famílias, ambos põem fim em objetivos diversos, ambos trucidam e geram dependência, ambos carecem de tratamento e, por fim, ambos matam. Para chegar a uma conclusão iremos comparar os efeitos de uma das drogas mais devastadoras da atualidade, a saber, o craque, com a pornografia em si.

O craque é uma droga devastadora que deixa seus rastros. O usuário/dependente entra num verdadeiro processo de transfiguração de sua imagem. Logo sua aparência se torna característica de quem usa a referida droga, sendo possível assim reconhecer seu usuário de longe:

O usuário de crack apresenta mudanças evidentes de hábitos, comportamentos e aparência física. Um dos sintomas físicos mais comuns que ajudam a identificar o uso da droga é a redução drástica do apetite, que leva à perda de peso rápida e acentuada – em um mês de uso contínuo, o usuário pode emagrecer até 10 quilos. Fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico também são sintomas relacionados à perda de apetite. É comum ainda que o usuário tenha insônia enquanto está sob o efeito do crack, assim como sonolência nos períodos sem a droga. Os períodos utilizando a droga prolongam-se e o usuário começa a ficar períodos maiores fora de casa, gastando, em média, três dias e noites inteiras destinados ao consumo do crack. Neste contexto, atividades como alimentação, higiene pessoal e sono são completamente abandonadas, comprometendo gravemente o estado físico do usuário”.[1]

Com tudo isso o usuário passa a ser conhecido com facilidade. O desejo da obtenção da droga a todo custo que é gerado pela dependência é outra marca dentre os usuários das mais diversas drogas. À medida que estes usuários desenvolvem eficácia para conseguir a droga – roubam, matam, extorquem etc. – eles também se desfiguram como um boneco de massa de modelar, isso tanto fisicamente quanto socialmente falando. Com isso ficam, ipsis litteris, à margem da sociedade.

Perceba que o usuário da devasta droga chamada craque possui características de seu uso que são vistas de forma externa e sua dependência acaba que se tornando uma evidência mais que notória. Esta evidência do uso da droga pode, em alguns casos, contribuir para que usuários se conscientizem de que precisam e necessitam de ajuda. Muitos ao se enxergarem no espelho tomam a decisão de mudar de vida e, evidentemente, o apoio da família é mais que importante neste processo. Há uma história muito conhecida passada no programa Câmera Record de Agosto deste ano, sobre um usuário que há anos não via sua própria imagem no espelho. Foi quando seu próprio pai resolveu mostrá-lo. O choque foi imediato. Esse jovem que morava nas ruas (Cracolândia) regressou aos cuidados da família e aceitou o tratamento. Esta técnica, de confrontar o usuário com sua imagem no espelho, passou a ser utilizada com mais frequência.

A pornografia por sua vez causa os mesmos efeitos, mas internamente. Ou seja, o dependente pornográfico não visualiza sua situação no espelho, mas sabe que também é viciado. Por mais que esteja necessitado de ajuda, por mais que esteja desfigurado internamente, por mais que esteja destruído internamente, por mais que sua alma esteja enferma, nada disso reflete no lado externo. Com isso, não há quem identifique que a mesma necessita de ajuda, apenas a própria pessoa sabe disso e, na maioria das vezes, não quer reconhecer nem pedir ajuda por vergonha. Aqui está o argumento principal para o sim na resposta inicial deste texto, pois não há quem se mobilize para ajudar um viciado em pornografias, uma vez que os indícios não são vistos externamente. Com isso a pessoa vai morrendo aos poucos, perdendo amizades, rompendo relações familiares, divórcio, isolamento, depressão... Estes poderiam figurar como indícios externos de quem é viciado ou usuário de pornografia, mas quando se chega a este nível, é muito comum que o dependente pornográfico ainda não assuma o seu real problema.

Por que o dependente pornográfico perde relacionamentos próximos?

Esta é uma boa pergunta que pode ser respondida da seguinte forma: o dependente pornográfico quer aplicar suas referências pagãs e pornográficas nos seus relacionamentos diversos - conjugal, profissional, social etc. Quando percebe que não terá êxito, sai fora. Geralmente a vida conjugal do dependente pornográfico é a mais afetada. O dependente quer usar sua esposa como marionete, quer colocar em prática tudo que assisti e absorve no mundo pornográfico e é neste ponto que muitas mulheres não aceitam e se posicionam. Logo, o divórcio é a saída. Mas, mesmo ocorrendo tal situação, o divórcio, a desculpa mais famosa para justificação da separação é que houve incompatibilidade de gênios. Infelizmente existem muitos homens que se dizem cristãos que possuem referências pagãs quanto ao casamento e quanto às suas respectivas esposas, e também quanto às suas amizades femininas, logo os resultados serão drásticos.

Dentro deste panorama a comparação da pornografia com as drogas vem a calhar, mas, em nossa opinião, entende-se que a pornografia ainda é bem pior pelo fato de não deixar indícios externos. Sabe-se que as mulheres, com o advento da internet, também têm mergulhado neste submundo, mas nossa ênfase maior aqui recai sobre os homens pelo fato das estatísticas mostrarem que estes são os que mais se deixam levar nas águas poluídas deste rio chamado Pornografia. Quantas famílias destruídas por este mal e que ninguém sabe o motivo da destruição? Quantos casais separados por este mal e que ninguém sabe o motivo da separação? Quantos ministérios arruinados por este mal e que ninguém sabe o motivo? Na realidade o motivo é a pornografia, mas ninguém tem coragem de dizer, como também os indícios não podem ser detectados com facilidade no âmbito externo. Assim é possível afirmar que este vício é silencioso ao mesmo tempo que devastador. Isso se dá também pela cultura cristã ocidental que demonizam alguns tipos de pecados e santificam outros. Por exemplo, adultério, pornografia, fornicação são pecados do diabo. Em contra partida fofocar, mentir, roubar, usar o nome de Deus em vão nas diversas profetadas trata-se de “pecados santos” que não tem tanto problema cometê-los. Pecado é pecado independentemente do que seja e precisa ser tratado como tal. O advento da internet contribuiu e muito para que o mal da pornografia se propagasse ajudando mais ainda o lado oculto de toda prática. Antigamente o dependente pornográfico se expunha mais na busca de sua droga predileta e da aventura, mas na atualidade basta um click no conforto de sua casa e pronto. Aqui a internet desempenha o papel do traficante que fornece a droga.

Conclui-se, portanto, que há tratamentos para ambos os casos, a saber, pornografia e drogas. Todavia, se faz mais que necessário uma mudança de mente seguida de uma limpeza da mente que só em Cristo o indivíduo consegue de fato tal transformação. Paulo em Romanos 12:2 atenta para a importância da renovação da mente, metanóia no grego. Esta palavra aponta para uma mudança do modo de vida em razão de uma total mudança de pensamento e de atitude quanto ao pecado e justiça. Ou seja, não se trata apenas da demonstração de tristeza ou contrição ao realizar determinado ato, e sim uma mudança total, tanto na forma de pensar como na forma de agir Lc 3:8 / At 26:20. Logo, o arrependimento possui obras dignas deste. Não se trata de uma forma mágica ou de um tratamento psicológico apenas, mas sim da intervenção divina para que a verdadeira mudança ocorra de fato.

Geralmente os dependentes químicos ou pornográficos não conseguirão êxito com fórmulas práticas, exercícios psicológicos, ou passos a serem seguidos, tudo isso não passa de pragmatismo dos “brabos”. Estas pessoas necessitam mais de uma relação próxima com Deus e a partir disso começaram a identificar os resultados desta aproximação, sem esta aproximação e entendimento correto da pessoa divina e de seu plano salvífico em direção a seu povo, tudo que for feito não passará de paliativo. O distanciamento cada vez maior na atualidade entre homem e pessoa divina é refletido cada vez mais, de forma negativa, no cotidiano dos homens. Uma maior Intimidade com Deus significa suportar de forma mais exitosa as flechas do pecado lançadas por seu arqueiro. Sua aljava está repleta de flechas e lá dentro existem duas com os seguintes nomes: pornografia e drogas!

[1] Disponível em <http://www.camaramateusleme.mg.gov.br/noticias_crack.html> Acessado em 10 de Dez de 2014.

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