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1 de nov. de 2014

Viver, Renunciar e Caminhar


Por Samuel Alves


Tenho aprendido ao longo dos anos que o cristianismo é a religião do coração. Existe um relacionamento entre Deus e o homem e neste relacionamento Deus sonda e conhece seu coração (Sl. 139). Não tem como usar uma mascara como os fariseus, se esconder na mais alta montanha ou na mais profunda caverna, pois Deus esta lá também. Ao lermos o Breve Catecismo de Westminster em sua primeira pergunta: Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre. Vivemos em eterno relacionamento com Deus, onde nossa finalidade é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, fica claro que neste relacionamento não existe espaço para o humanismo que exalta e centraliza o homem, ao contrário, renunciamos a nós mesmos e pegamos nossa cruz e seguimos nosso caminho como peregrinos em terra estranha. 

Não existe outro fundamento, vivemos para renunciar a nossas paixões e adorar a Deus, renunciamos ao nosso ego que adora massagens diárias. As palavras de João “É necessário que Ele cresça e que eu diminua (Jo 3:30),” mostram claramente nossa posição neste relacionamento com Deus. Grande tem sido nossa luta em manter nosso status quo, afinal de contas vivemos e lutamos para defender nossa imagem e muito mais importa a opinião do homem do que a visão de Deus sobre nós é ai que vejo como meu coração é tão obstinado, centrado em meu egoísmo e minha mente afetada pelos efeitos noéticos da queda. Abaixo listo alguns princípios:

1 – Devemos oferecer nosso corpo como sacrifício vivo e agradável a Deus (Rm 12.1) 

Devemos não nos acomodar a aparência deste mundo, mas que nos transformemos pela renovação de nossa mente, a fim de provar qual é a vontade de Deus. Daí a grandiosidade de estarmos consagrados a Deus, pois o sagrado não pode ser aplicado a usos profanos. É imperativo que o homem se afaste de si, para aplicar toda a força de seu intelecto ao serviço de Deus.

2- Devemos buscar as coisas que são da vontade do Senhor

Não temos como adorar a Deus e gozá-lo para sempre se as nossas vontades são primordiais, somos instados biblicamente a nos empenharmos em fazer a vontade de Deus, é preciso entender que o compromisso com Deus é eterno. 

3- Devemos renunciar à impiedade e as concupiscências mundanas.

“A graça salvadora de Deus, manifestou-se a todos os homens, ensinando-nos a renunciar a impiedade e as concupiscências do mundo”. Segue o desafio, viver de maneira digna do evangelho, como peregrinos em terra estranha, viver na esperança da manifestação da gloria de Deus. Tendo a consciência que a graça de Deus é tudo que precisamos para renunciar as paixões de nossa mocidade, sabendo que a impiedade inclui também as superstições, mas compreende também tudo o que luta contra o verdadeiro temor a Deus, aliás, o temor a Deus é o princípio da sabedoria. Mas como não é fácil ignorar as imposições da carne e negar os desejos mais secretos, devemos nos dedicar a Deus e meditar em sua santa Palavra.

4- Devemos cumprir nosso dever e buscar servir o próximo

Confesso que abandonar todo egoísmo que reina em nosso coração que sofreu os efeitos noéticos da queda não é fácil, no entanto, aquele que não ama o seu próximo não conhece a Deus. Isso não quer dizer que devemos viver no utilitarismo, mas que o amor é o maior dos dons. O evangelho é radical, se não amamos, logo, não conhecemos a Deus, pois Deus é amor. Em suma se temos que dever alguma coisa a nosso irmão, devamos amor de um coração puro e sincero.

5- Devemos não nos deixar esmorecer de fazer o bem

Às vezes cansa fazer o bem em meio a tanto aproveitadores e sugadores, todavia, devemos fazer tudo como se fosse para Deus. Deus é nosso alvo de adoração. O amor que as Escritura nos ensina é o amor paciente, que tudo espera e tudo suporta. O perigo que caímos muitas vezes é dar esperando algo em troca. Mas o princípio é este: “É melhor dá do que receber”. O desafio é olhar os “desafetos” como imagem e semelhança de Deus, amá-los e abraçá-los.

Portanto, enquanto buscamos fama e comodidade a Bíblia nos ensina a viver uma vida de renuncia, entregando a nós mesmos ao Senhor, confiando em seu domínio como servos dele. Estamos debaixo da tutela de Cristo, somos suas ovelhas, Ele nos dará alimento, curará nossas feridas, Ele é a nossa providência. A Regra de viver uma vida piedosa é esta: Só a Mão de Deus é arbitra e moderadora da boa ou da má fortuna; e ela não atua por um ímpeto inconsiderado, mas reparte nossos bens e nossos males ao mesmo tempo, segundo a mais ordenada justiça. Segue o desafio: Viver, renunciar e caminhar... Por que o fim principal do homem é adorar a Deus e gozá-lo para sempre.

Soli Deo Glória